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Resumo:O dólar fechou no menor patamar em cerca de três semanas frente ao real nesta quarta-feira, terminando abaixo de um importante suporte técnico, num pregão de fraqueza da moeda norte-americana no exte
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou no menor patamar em cerca de três semanas frente ao real nesta quarta-feira, terminando abaixo de um importante suporte técnico, num pregão de fraqueza da moeda norte-americana no exterior e de relativo alívio na percepção sobre a reforma da Previdência no Brasil.
O real esteve entre as seis moedas de melhor desempenho ante o dólar nesta sessão, numa lista de 33 pares da divisa norte-americana.
O dólar à vista caiu 0,78 por cento, a 3,8240 reais na venda. É o nível mais baixo desde 21 de março (3,8001 reais). O declínio percentual foi o mais forte desde 1º de abril, quando a cotação cedeu 1,00 por cento.
Com a queda desta quarta, o dólar fechou abaixo da média móvel de 200 dias, de 3,8441 reais. A moeda norte-americana vinha mostrando dificuldades para cair abaixo desse nível, e o movimento desta sessão pode ser interpretado como um sinal de mais desvalorização à frente.
Na B3, a referência do dólar futuro cedia 0,64 por cento, a 3,8310 reais.
“Tudo conspirou para a queda do dólar hoje”, disse Cleber Alessie, operador de câmbio da H.Commcor. Ele citou os fracos dados de inflação nos EUA e a ata do Federal Reserve --que reforçaram expectativas de juro estável nos Estados Unidos pelos próximos meses, declarações de autoridades do governo sobre a reforma previdenciária e a conclusão da renegociação do contrato da cessão onerosa com a Petrobras.
“Até o IPCA mais alto, em termos técnicos, ajudou, porque limita aposta de queda de juro no Brasil”, afirmou, referindo-se a uma interrupção da queda do diferencial de juros entre o Brasil e o mundo, o que tem pesado sobre o real nos últimos anos.
O mercado também segue atento a expectativas de fluxo. O grupo siderúrgico e de mineração CSN voltou ao mercado de crédito com emissão de 1 bilhão de dólares em duas partes, em estratégia para alongar vencimentos de dívida, informou nesta quarta-feira o IFR.
O Bank of America Merrill Lynch também chama atenção para um cenário de fortes investimentos no Brasil neste ano, o que influenciaria diretamente o patamar da taxa cambial. O banco estima investimentos diretos no país de 90 bilhões de dólares neste ano (o que seria o maior nível desde 2012) e de 95 bilhões de dólares em 2020 --volume mais alto desde 2011. “Progressos na agenda de privatizações são um risco de alta para esse cenário”, disse David Beker, estrategista do BofA.
Em evento em Nova York, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o objetivo do governo federal de levantar 20 bilhões de dólares com privatizações neste ano será facilmente atingido, projetando uma superação da meta em até 40 por cento.
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